Em primeiro lugar, para entender a dor miofascial precisamos conhecer os PONTOS GATILHO miofasciais (PGM). Os PGM são nódulos palpáveis presentes numa faixa tensa localizada no músculo e que frequentemente surgem após condições lesivas, como macrotraumas, microtraumas, isquemia, inflamação ou sobrecarga funcional. São considerados também como fatores predisponentes o estresse emocional, as disfunções endócrinas, deficiências nutricionais e infecções crônicas.
Os pontos gatilho podem, espontaneamente ou à dígito-pressão, produzir um padrão de dor local ou referida pelo paciente. Ou seja, a dor pode acontecer no local do ponto-gatilho ou aparecer em outra área próxima.
O músculo acometido pelos pontos-gatilho apresenta fadiga, tensão, fraqueza e espasmos, e damos o nome de SÍNDROME MIOFASCIAL ao conjunto de sintomas desencadeados pelos pontos gatilho – que inclui principalmente a dor muscular regional (profunda e mal localizada), mas também engloba a sensação de perda de força e flexibilidade muscular/ articular.
A síndrome miofascial pode estar presente nos quadros de cefaleia crônica, disfunção de ATM (articulação têmporo-mandibular) e até em casos de dor pélvica crônica.
– Como é feito o tratamento?
Um dos pontos principais para a melhora da Síndrome Miofascial é a reabilitação e fortalecimento da musculatura envolvida. As terapias manuais – liberação manual dos pontos gatilho/ massoterapia – e calor local podem ajudar bastante na melhora da dor.
O agulhamento dos pontos-gatilho (introdução de uma agulha no ponto doloroso identificado no músculo), a seco ou com injeção de anestésico, é amplamente descrito como uma terapia possível – porém não deve ser feito de forma isolada, já que provavelmente os pontos voltarão se não identificarmos todos os fatores envolvidos. Não há benefício em aplicar corticoide e o uso da toxina botulínica tem se tornado mais popular, porém os estudos ainda mostram eficácia similar ao agulhamento a seco. A acupuntura é uma boa opção de tratamento complementar!
Também é importante a identificação de fatores mecânicos no ambiente de trabalho (ergonomia), para a correção ou prevenção de elementos perpetuadores da dor.
Os distúrbios de ATM/ bruxismo devem ser avaliados por um bom cirurgião dentista/ bucomaxilo, que avaliará a indicação do uso de placa dentária e pode também fazer o agulhamento dos pontos gatilho orofaciais. Nos casos de dor pélvica crônica também é possível realizar o agulhamento do assoalho pélvico pelo ginecologista e a liberação manual na fisioterapia pélvica/ginecológica.